St. Justin Martyr

Luz recebida

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Alguns amigos e alunos me pediram para indicar os autores que exerceram a maior influência sobre minha vida e meu pensamento nos últimos 50 anos. Restrinjo a lista a autores de tempos recentes; Platão, Aristóteles, Agostinho, Tomás de Aquino e alguns outros “clássicos” ocupam obviamente lugares destacados na lista, assim como os demais autores das assim chamadas Grandes Obras (“Great Books”) – no drama, história, epopeia e poesia. Todas elas estarão pressupostas. Nos últimos anos, porém, alguns autores novos entraram na lista.

  1. G.K. Chesterton, e em particular, a sua não-ficção. Ortodoxia e O homem eterno foram lidos por mim várias vezes, e cada vez senti-me totalmente tomado. Seu efeito sobre a mente é nada menos do que tonificante.
  2. São John Henry Newman, cujas obras Gramática do assentimentoEnsaio sobre o desenvolvimento da doutrina cristã, e Ideia de uma universidade – com suas visões novas, mas enraizadas, sobre a fé, a história e a educação, respectivamente – marcam ele como um moderno Padre da Igreja.
  3. Hans Urs von Balthasar – suplementado por Agostinho e Tomás de Aquino –, em minha opinião, o maior teólogo dos tempos modernos.
  4. C.S. Lewis, provavelmente o mais sofisticado apologista cristão do século XX, assim como um guia esplêndido para a literatura pré-moderna. Dois sucessores dignos de Lewis seriam o americano Peter Kreeft e o inglês (recentemente falecido), Stratford Caldecott.
  5. Max Picard: O Mundo do silêncio, O homem e a linguagem, e qualquer outra coisa que se possa encontrar traduzido (ele escreveu em alemão). Um gênio contemplativo pouco celebrado, particularmente fascinado pelos universos infinitos da face humana.
  6. Cornelio Fabro, o único tomista que conheci que conseguiu penetrar verdadeiramente no íntimo da mente de Tomás de Aquino, e depois prosseguir com o mesmo pensamento através dos séculos subsequentes. Não é para os fracos… (Suas obras principais estão sendo finalmente traduzidas para o inglês).
  7. Os frades dominicanos de meados do século XX na Inglaterra, e os seus correlatos tomistas nos Estados Unidos: Thomas Gilby, Victor White (Reino Unido), Vincent Smith, James Collins (EUA); também os contemporâneos E.L. Mascall, E.I. Watkin, Henry Babcock Veatch.
  8. R.C. Zaehner, um dos melhores estudiosos de religiões mundiais que eu conheço, que – porquanto seja um convicto católico convertido– recusa-se a “levantar falso testemunho” com respeito a outras abordagens da transcendência. Sua profunda fé gera um pensamento robusto e aventureiro. Posso incluir também Raimon Panikkar, Wilhelm Halbfass, e Huston Smith, entre tantos outros.
  9. Historiadores: Friedrich Heer, Eric Voegelin, Christopher Dawson, e William McNiel: todos estes perceberam que – goste-se ou não – a afirmação ou a rejeição da transcendência prepara o palco para a história, que é feita de escolhas humanas. Tudo o mais é secundário e terciário.
  10. Eugen Rosenstock-Huessy. O método gramatical dele, no estudo das ciências sociais, e a “Cruz da Realidade”, proposta por ele para a antropologia filosófica, estão ocupando cada vez mais do meu tempo e atenção.
  11. A.K. Coomaraswamy: do meu ponto de vista, o representante mais consistentemente cultivado e penetrante da tradição indiana de língua inglesa, com conhecimento enciclopédico e uma potente intuição com respeito à arte, filosofia e religião em todas as suas formas. Pesado na erudição, e talvez com notas de roda pé excessivas, suas intuições são profundas, estimulantes e infindáveis.
  12. Joseph Pieper: o melhor e mais acessível intérprete popular da sabedoria ocidental, na tradição platônica-aristotélica-tomista, especialmente em questões morais.
  13. Norris Clarke and Richard de Smet: dois entre muitos que estão atualmente se especializando na noção ocidental e semítica de pessoa, como o elo final de articulação não só das tradições sapienciais ocidentais, mas também orientais – e mesmo das tradições ágrafas. Essa noção detém a chave às dimensões mais profundas da filosofia perennis.
  14. John Deely: ele faleceu no começo de 2017, mas nos deixou uma quantidade enorme de textos. Comece com o seu Basics of Semiotics, ou melhor: Semiotic Animal.
  15. René Girard,  comecçando com seus trabalhos mais recentes, pós-1977, como Things Hidden Since the Foundation of the World. .
  16. Rémi Brague, especialmente Eccentric Culture.
  17. Iain McGilchrist, The Master and His Emissary, and, more recently, the 2-volume opus The Matter with Things. McGilchrist does not have a good formation in pre-modern philosophy, but his love and knowledge of literature and his training in neuroscience and psychiatry give him privileged access to a whole range of insights even philosophers trained in the scholastic tradition can easily miss.

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